Epistolas Paulinas - Teologia 16.04
A IGREJA EM ROMA
Fundação: Em sua epístola, Paulo
deixa claro que ainda não conhecia Roma. Logo, a igreja ali não foi por ele
fundada. Entendemos que Pedro também
não participou desse processo, pois, se este ou outro apóstolo fosse
responsável por aquela igreja, Paulo não escreveria uma
carta doutrinária para
aqueles irmãos. Por
outro lado, se
Pedro estivesse em
Roma, o mesmo
teria sido mencionado
nas saudações do último
capítulo. Ambrosiastro, escritor do século IV disse: "Os romanos abraçaram
a fé em Cristo sem ver nenhum sinal de
obras poderosas e nenhum dos apóstolos". No século II surgiu a tradição
segundo a qual Pedro teria exercido ministério em Roma.
No século IV iniciou-se a tradição de que ele teria
sido o 1o bispo romano. Quem então teria fundado aquela igreja? De fato, isso
não tem grande importância, mas sempre
gostamos de ter um nome para a
atribuição das honras. É isso que fomenta o surgimento das tradições. Uma das hipóteses mais prováveis
é que a igreja tenha sido fundada no ano 30 pelos judeus de Roma que estiveram
em Jerusalém no Pentecostes –
At.2.10,11.
A colônia judaica em Roma Desde a conquista de
Jerusalém por Pompeu no ano 63
a .C., muitos judeus foram morar em Roma. No governo de Cláudio foram expulsos –
(At.18.2). A ordem foi revogada por Nero poucos anos depois. Quando Paulo
chegou a Roma, no ano 60 (At.28) ele
encontrou judeus que ali residiam. (É bom lembrar que o envio da epístola é
anterior a essa "visita").
A
igreja em Roma
era composta de
judeus e principalmente gentios.
Na epístola, Paulo
fala aos judeus
e aos gentios
de forma específica e direta alternadamente
(Rm.1.5-7,13; 2.17-24). Sendo pessoas de origens, tradições e costumes tão
distintos, era natural que a
convivência entre eles apresentasse suas dificuldades. O apóstolo procura
tratar dessa questão no capítulo 14.
Propósito desta Epístola:
A epístola
de Paulo aos
Romanos tem enriquecido
o testemunho de
gerações de crentes
ao longo da
história. A profundidade
de pensamento do autor põe em
destaque a sua confiança na graça de Deus, estabelece as bases da doutrina da
Justificação pela Fé e
manifesta a sua vocação e o fervor
que o anima; um fervor evangelizador que inspirou acontecimentos decisivos para
a história e a cultura da
humanidade.
Quando o apóstolo Paulo redigiu
esta epístola, a mais extensa de todas as suas, ainda não tivera oportunidade
de visitar os crentes residentes em
Roma (1:10-15). Contudo, a extensa lista de saudações do cap. 16 parece provar
que já naquela época contava com não
poucos relacionamentos e
afetos entre aquele
grupo de homens
e mulheres que,
em pleno coração
do império, haviam
sido “chamados” para serem “de
Jesus Cristo” (1:6). Não obstante, é esse conhecimento que o apóstolo demonstra
ter de muitos crentes de uma igreja
que nunca havia
visitado que tem
levado alguns estudiosos
que o cap.
16, originalmente não
fizesse parte desta
carta. Julgam que pode pertencer
a outra, possivelmente dirigida a Éfeso, onde Paulo havia estado em mais de uma
ocasião e, pelo menos uma vez, durante
um longo período de tempo.
Paulo muitas vezes, havia se
proposto a viajar para Roma (1:9-10, 13, 15; 15:22-23), para ali anunciar o
evangelho (1:15) e repartir com os
irmãos “algum dom espiritual”, para que reciprocamente se confortassem “por
intermédio da fé mútua” em Cristo (1:11-12). Mas agora, ao considerar a Espanha como campo do
seu imediato trabalho missionário, que vê chegar também a oportunidade de
realizar a desejada visita (15:24, 28).
Nessas circunstâncias, o apóstolo
parece entender que sua presença em Roma contribuiria para superar algumas
tensões que estavam surgindo na igreja.
Passagens como 11:11-25 e 14:1-15:6 revelam que pairava sobre a comunhão
fraternal um sério perigo de divisão,
por causa de rivalidades surgidas entre crentes de procedência
diferente: uns do judaísmo e os outros do paganismo.
Data e lugar de redação:
Na
época em que
sugiram as epístolas
do Novo Testamento
era prática habitual
que o autor
ditasse o texto
a um assistente
ou amanuense. A epístola aos
Romanos foi ditada por Paulo a um escritor chamado Tércio (Romanos 16:22).
Esta epístola foi escrita,
provavelmente, por volta do ano 55, durante uma permanência de Paulo na cidade
de Corinto. Tanto pelo seu conteúdo como pelas suas características
literárias, se assemelha à epístola enviada às igrejas da Galácia. As duas
pertencem à mesma época e revelam
interesses doutrinários semelhantes. O que não se sabe é qual delas foi escrita
primeiro. Por isso, alguns vêem em
Romanos uma exposição ampliada, muito refletida e serena, da breve
epístola aos Gálatas, enquanto que outros pensam que Gálatas é uma espécie de síntese polêmica e veemente
da epístola aos Romanos.
De qualquer forma, ambos os
escritos devem ser considerados a partir de uma perspectiva comum, posto que,
em definitivo, se trata de uma mesma mensagem que inclui conceitos
fundamentais idênticos:
O domínio do pecado sobre todos
os seres humanos
|
Romanos 1:18-2:11; 3:9-19.
|
Gálatas 3:10-11; 5:16-21.
|
A incapacidade da Lei de Moisés
de salvar o pecador
|
Romanos 2:12-29; 3:19-20;
7:1-25.
|
Gálatas 2:15-16; 3:11-13, 21-26.
|
A Graça de Deus revelada em
Cristo.
|
Romanos 1:16-17; 3:21-26.
|
Gálatas 2:20-21; 4:4-7.
|
A Justificação Pela Fé.
|
Romanos 3:26-30; 4:1-5.
|
Gálatas 2:16; 3:11, 22-26;
5:1-6.
|
O fruto do Espírito
|
Romanos 8:1-30.
|
Gálatas 5:22-26.
|
Nota ao
Leitor: O apóstolo
Pedro nos esclarece
que em quase
todas as epístolas
de Paulo há
sempre algumas "coisas
difíceis de entender" (2ª
Pedro 3:16). Talvez
seja também o
caso que encontramos
na epístola aos
Romanos, isso, em
maior medida do
que qualquer outra. Porém,
podemos, ao mesmo tempo, dizer que sua compreensão não é algo impossível,
exceto, como disse Pedro: para os
"indoutos e inconstantes". Daí a grande necessidade de estudos
sistematizados que tragam compreensão sobre o assunto em foco.
Comprovamos que há uma classe de
pessoas que além de torcer as epístolas de Paulo torcem "também as outras
Escrituras" para sua própria
perdição, aqueles que interpretam de forma errada o ensino de Paulo, com
certeza o fazem para seu próprio mal, e para o mal daqueles que aceitam esses ensinamentos
errados. Os que têm o desejo de compreender o Evangelho da Graça de Deus (Atos
20:24) e que lêem as singelas promessas
da Bíblia com proveito, não se encontrarão entre eles.
Ao iniciar seus estudos, você se
animará ao lembrar que se trata simplesmente de uma carta dirigida à igreja em Roma. Nada faz
supor que a
congregação em Roma
fosse diferente do
grande corpo de
cristãos em
geral. Lemos algumas
coisas importantes sobre
os primeiros cristãos "não
foram chamados muitos sábios segundo a carne, nem muitos poderosos, nem muitos
de nobre nascimento" (1ª
Coríntios 1:26). Os
verdadeiros seguidores de
Jesus sempre estiveram
entre as pessoas
comuns. Desse modo,
na igreja em
Roma deveria haver
negociantes, artesãos, trabalhadores, carpinteiros,
jardineiros, etc., como
também muitos criados
das famílias de
cidadãos ricos, e também alguns poucos que ostentavam posição elevada.
Quando consideramos que era esperado confiantemente que esse tipo de pessoas entendesse a
carta, podemos sentir-nos animados em crer que o mesmo há de suceder hoje. A
Epístola aos Romanos não é exclusiva de
eruditos. Se bem a verdade, algumas coisas necessitam ser entendidas a luz do
contextos da época, ou seja são
conceitos que deverão ser compreendidos se compreendermos os costumes da época
de Paulo e costumes pr’prios dos romanos.
O conselho de Paulo a Timóteo se
constitui o melhor guia para estudar qualquer de suas epístolas e a Bíblia em
geral. "Pondera o que acabo de
dizer, porque o Senhor te dará compreensão em todas as coisas". (2ª
Timóteo 2:7). Temos aqui duas palavras chaves: (1) O verbo
“ponderar”, outras versões
traduzem como “considerar”,
esta é nossa
responsabilidade diante do
estudo, ponderar, refletir,
examinar com cuidado e com critério cientifico, é nossa atividade
intelectual diante da Bíblia, devemos refletir, ponderar, considerar com
atenção as palavras
que encontramos nas
Escrituras. (2) A
segunda palavra em
Timóteo é “compreensão”, está
e a responsabilidade divina, Deus poderá
mediante seu Espírito nos fazer
compreender, isso, depois de acurada consideração. Deus é seu próprio intérprete. São as palavras da
Bíblia que explicam a Bíblia. É por isso que convém perguntar-se, uma e outra vez,
o que quer dizer exatamente o texto, em
relação com o que o precede e o que o segue. Jamais um teólogo poderá explicar
um texto fora de seu contexto imediato
e dentro do contexto geral. Muitas heresias se têm formado quando se aplica um
único texto, fora de seu contexto para
apoiar uma falsa “doutrina”.
Os comentários que acompanham o
texto em estudo têm por objetivo fixar mais detalhadamente na Palavra de Deus a
atenção dos estudantes, bem como ajudar
o leitor casual. Que o estudo desta epístola seja uma grande bênção para você,
e que a Palavra de Deus lhe seja de
grande valor, e que possa crescer em conhecimento e sabedoria para ministrar a
outras pessoas carentes do Evangelho da
Graça de Deus.
Que o Santo Espirito do Senhor, ilumine o nosso entendimento
Não perca tempo, Indique esta maravilhosa Leitura
Custo:O Leitor não paga Nada,
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