Geografia Bíblica - Teologia 25.37
I
- HISTÓRIA DO IMPÉRIO PERSA
O capítulo dez de Gênesis é conhecido
como a genealogia das nações. Nele, estão registrados os nomes dos
principais patriarcas da raça humana. Não encontramos, porém, nessa importante
porção das Sagradas Escrituras, o cadastro da ancestralidade persa. Julga-se,
por isso, ter a Pérsia começado a formar-se séculos após a dispersão da Torre
de Babel.
A nação persa é o resultado da fusão de
povos oriundos do Planalto Iraniano: cassitas, elamitas, gutitas e lulubitas. A
mais antiga comunidade persa é a de Sialk. Por muitos séculos, esse povo esteve
envolvido em completo anonimato. Suas alianças políticas variavam de acordo com
as tendências da época. Ao aproximar-se da Média, contudo, começa a descobrir o
valor de sua nacionalidade e as suas reais potencialidades.
A Pérsia, durante o Império Babilônico,
não passava de um Estado vassalo da Média. Ambas as nações, porém, mantinham,
até certo ponto, uma convivência pacífica, em virtude de possuírem algumas
heranças comuns: eram indu-européias e dedicavam-se à criação de gado cavalar.
Com o passar dos tempos, todavia, os persas aumentam o seu poderio e começam a
desvencilhar-se dos tentáculos medos.
Ciro II consegue, em 555 a .C, reunificar as várias
tribos persas. Sentindo-se fortalecido, lança-se sobre a Média. Depois de
três anos de renhidas batalhas, derrota-a. A vitória desse monarca é tão
retumbante, que causa espécie em toda a região. Temerosos, os reinos vizinhos
reúnem-se com o objetivo de formar uma aliança para frustrar as intenções
hegemônicas do novo reino.
Perspicaz e oportunista, Ciro II move uma
guerra generalizada contra essa coligação, abatendo-a em seu nascedouro. Em
uma bem sucedida série de ataques relâmpagos, derrota a Lídia e a Babilônia.
Espantadas com o ímpeto bélico desse monarca, Esparta e Atenas firmam um acordo
de paz com a Pérsia.
Dario encarrega-se da conquista de
Babilônia. Na noite de 538 a .C.
esse importante general de Ciro II, aproveitando-se da embriaguez de Belsazar
e de seus nobres, conquista a mais bela e suntuosa cidade daquela época. O
príncipe babilônico, conforme previra o profeta Daniel, é deposto e morto. O
Todo-poderoso servira-se dos persas para contar, pesar e dividir o império
fundado por Nabopolassar.
Condescendente, Dario resolve poupar a
vida do pai de Belsazar. Na fatídica noite da queda de seu reino, Nabonido
encontrava-se em viagem, realizando (quem sabe?) escavações arqueológicas, pois
deliciava-se com o estudo das coisas antigas. Desterrado para a Carcâmia, seria
nomeado, posteriormente, um dos governadores regionais do novo soberano.
Inicialmente, Dario foi designado, por
Ciro II, para governar Babilônia. Enquanto isso, consolidava os alicerces do
poderio medo-persa. É bom esclarecermos que a Média, apesar de derrotada pela
Pérsia, uniu-se a esta, imediatamente, para conseguir a hegemonia do mundo de
então.
Ciro II, conforme já dissemos,
mostrava-se tolerante com os vencidos. Procurava tratá-los com dignidade e consideração.
Souto Maior traça o perfil desse controvertido persa: "Ciro foi, é
verdade, um conquistador, porém não teve o aspecto primário dos monarcas
guerreiros de sua época. Sua dominação se fazia opressiva pelas obrigações
econômicas exigidas, o que aliás explica as constantes revoltas. Contudo, seu
imperialismo era sem dúvida superior ao primitivismo cruel dos conquistadores
assírios."
Quando de sua morte, em 529 a .C, o Império Persa já
abarcava infindáveis possessões.
Que o Santo Espirito do Senhor, ilumine
o nosso entendimento
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