História De Israel – Teologia 31.247
CAPÍTULO 15
ARQUELAU DESPOSA GLAFIRA, VIÚVA DE ALEXANDRE, SEU IRMÃO.
AUGUSTO, ANTE AS QUEIXAS QUE OS JUDEUS FAZEM DELE O RELEGA
PARA
VIENA, NAS GÁLIAS, E UNE À SÍRIA OS TERRITÓRIOS QUE ELE
POSSUÍA.
MORTE DE GLAFIRA.
756. Depois quer
Arquelau voltou à judéia e tomou posse de sua Etnarquia, tirou o sumo
sacerdócio de Joazar, filho de Boeto, que ele acusava de ter favorecido o
partido dos sediciosos e a deu a Eleazar, irmão de Joazar. Reconstruiu depois
magnificamente o palácio de Jerico, fez levar para uma planície de palmeiras
que tinha feito abaixo, a metade da água que passava na aldeia de Neara;
construiu uma vila à qual deu o nome de Arquelaide e não teve receio de violar
as leis de nossos pais, desposando Glafira, filha do rei Arquelau, viúva de
Alexandre seu irmão, do qual ela tivera filhos. Eleazar não exerceu o sumo
sacerdócio por muito tempo, porque Arquelau lha tirou para dá-la a Jesus, filho
de Sias.
757. No décimo ano do
governo desse príncipe, os mais ilustres dos judeus e dos samaritanos, não
podendo tolerar por mais tempo seu domínio tirânico, acusaram-no perante
Augusto e o fizeram tão ousadamente, expondo-lhe suas queixas, quanto sabiam
que ele lhe havia expressamente recomendado governar seus súditos com bondade e
justiça. Augusto irritou-se de tal modo contra ele, que, sem se lhe dignar
escrever, disse a Arquelau, seu representante em Roma, que partisse naquela
mesma hora para trazê-lo a Roma. Este obedeceu e chegando à Judéia, encontrou
seu senhor num grande banquete, que ele dava aos amigos. Expôs-lhe sua comissão
e o acompanhou a Roma, onde depois que Augusto ouviu seus acusadores e sua
defesa, confiscou-lhe tudo o que ele tinha de dinheiro e o mandou exilado a
Viena, cidade de Gálias.
758. O soberano, antes de receber ordem de vir a Roma, ter
com Augusto, tivera um sonho, que ele contara aos amigos. Parecia-lhe ver dez
espigas de trigo maduras e cheias de grãos e os bois as comiam. Despertando,
pensou não deixar de dar importância a esse sonho e mandou buscar os mais
peritos na interpretação dos mesmos; mas, como eles não estavam de acordo, um
dentre eles, de nome Simão, essênio, rogou-lhe que perdoasse, se tomava a
liberdade de lhe dar a explicação e disse-lhe em seguida que aquele sonho
pressagiava uma mudança de fortuna, que não lhe seria favorável, porque os bois
são animais que passam a vida num trabalho contínuo e lavrando a terra,
fazem-na mudar de lugar e de forma. As dez espigas significavam dez anos,
porque não se passa um ano, que a terra não produza novos grãos, numa revolução
contínua: e assim, no fim de dez anos terminaria também o seu governo. Cinco
dias depois que Simão assim lhe dera a explicação do sonho, o seu representante
de Roma trouxe-lhe a ordem de acompanhá-lo até Augusto.
A precisa Glafira, sua mulher, também teve um sonho. Nós
sabemos como ela havia desposado em primeiras núpcias a Alexandre, filho de
Herodes. Depois de sua morte, o rei Arquelau, seu pai, casou-a com Juba, rei da
Mauritânia, que morreu também, e, ficando viúva, voltou à Capadócia, para junto
de seu pai. Arquelau, então o etnarca, concebeu por ela uma paixão tão
violenta, que repudiou Mariana, sua mulher, e a desposou. Estando com ele, teve
ela um sonho. Parecia-lhe ver Alexandre, seu primeiro marido e transbordando de
alegria, ela queria abraçá-lo, mas ele dissera-lhe estas palavras de
recriminação: "Vós bem mostrastes que se tem razão de crer que não se deve
confiar nas mulheres, pois, tendo-me sido dada virgem, e tendo tido filhos de
vós, o desejo de passar a segundas núpcias vos fez esquecer o amor, que me deveríeis
conservar inviolável; e não vos contentado de me ter feito tal ultraje, não
tivestes vergonha de tomar um terceiro marido e de voltar imprudentemente à
minha família, desposando Arquelau, meu irmão. Mas meu afeto não será mais
constante do que o vosso; não vos esquecerei com me esquecestes; e, tirando-vos
de mim, como uma coisa que me pertence, eu vos livrarei da infâmia na qual
viveis." A princesa contou o sonho a algumas de suas amigas e morreu cinco
dias depois.
Julguei que não era fora de propósito narrar isto a respeito
de reis e grandes, porque pode servir não somente de exemplo mas como prova da
imortalidade da alma e da divina providência. E se alguém achar que estas
coisas são inacreditáveis pode conservar a sua opinião, sem se admirar de que
outras a elas prestem fé, e, se lhes fizerem impressão, sirvam para incitá-los
à virtude. Quanto aos territórios que Arquelau possuía, Augusto anexou-os à
Síria e deu a Cirênio que fora cônsul a incumbência de fazer o inventário e
vender o palácio de Arquelau.
Que o Santo Espirito do Senhor, ilumine
o nosso entendimento
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