Homilética - Teologia 33.58
Cultos solenes
Os cultos solenes são
acompanhados de atos e formalidades religiosas que dão um caráter especial ao
momento. Tais cultos têm uma dimensão festiva, legislativa, serena e santa.
O Antigo Testamento
qualifica o repouso ou descanso santo ao Senhor como solene (Êx 31.15; 35.2; Lv
16.21; 23.3, 24, 32, 36, 39; 25.4). Na tradição do Pentateuco, emprega-se o
termo solene também para o ano de descanso solene (Lv 25.5) e para a reunião solene
(Nm 29.35).
Na época do reinado
teocrático, o termo é ampliado para assembléia solene (2 Rs 10.20; Jl 1.14;
2.15; Am 5.21), ajuntamento solene (Is 1.13), reunião solene (Lm 1.4),
juramentos solenes (Ez 21.23) e festividades solenes (Sf 3.8; Zc 8.19). A festa
da páscoa foi chamada de solenidades ao Senhor (Êx 12.14), bem como a festa
anual em Silo (Jz 21.19). Sião era a cidade das solenidades (Is 33.20), e a
harpa era usada como instrumento de destaque em tais eventos (Sl 92.3).
Em hebraico, os termos solene
e solenidade têm origem na palavra kadosh, que significa santo. Concluímos,
pois, que os cultos solenes constituem uma expressão de nossa fé, consagração,
reverência e sinceridade ao Senhor. Deus é santo e deseja que nossos cultos
festivos e solenes sejam santos, também.
A assembléia é um culto
solene em que os membros de uma igreja local reúnem-se legalmente para tratar
dos negócios de sua igreja como pessoa jurídica. Na assembléia, a igreja local
delibera a respeito de seus trabalhos, planos, admissão, transferência e
disciplina de seus membros.
Não queremos entrar nos
aspectos jurídicos e legais e nos procedimentos parlamentares, porque isto faz
parte da teologia pastoral. Precisamos nos limitar a questões ligadas à
homilética. Não é apropriado apresentar uma mensagem de 25 minutos numa
assembléia, seja ordinária ou extraordinária. Por outro lado, a pregação da
Palavra é uma característica distinta de cada reunião evangélica. Recomendamos,
portanto, fazer uma breve leitura bíblica apropriada ou uma pequena meditação
de 5 ou 7 minutos, em forma de exortação, estímulo, direção pastoral ou
reflexão meditativa, a fim de facilitar o bom andamento e a harmonia da
assembléia. Esse mini-sermão tem uma função preventiva e introdutória para a
assembléia que se seguirá.
A convenção é o
ajuntamento planejado e jurídico de uma associação, união ou aliança de igrejas
para coordenar, planejar e deliberar sobre assuntos de uma região eclesiástica.
A pregação da Palavra de
Deus numa convenção é de suma importância. É triste quando esse evento reduz-se
a meras questões polêmicas, teóricas e comerciais, não dando mais oportunidade
para o estudo, a reflexão e a pregação da Palavra de Deus.
A preparação dos estudos
para uma convenção precisa de cuidados especiais. Geralmente, os estudos são
temáticos ou consecutivos. Isto permite abordar um tópico de maneira
abrangente, usando textos apropriados do Antigo Testamento e do Novo Testamento
ou, então, a exposição de um livro bíblico inteiro. As principais dimensões das
pregações ou dos estudos bíblicos numa convenção são de caráter catequético e
pastoral. Mensagens bem elaboradas e escritas são uma exigência indispensável
para pregações em convenções, não só por motivos psicológicos, mas também pelo
fato de que muitos daqueles que assistem à convenção irão pedir uma cópia do
sermão ou do estudo bíblico.
Em cultos de posse de um
obreiro, na ordenação de um ministro, no provisionamento de um pastor leigo ou
na licenciatura para o evangelista, a pregação evangélica é caracterizada pela
responsabilidade pastoral. Por isso, os textos das epístolas pastorais
constituem um valioso tesouro para o pregador. Nestes cultos solenes, a prédica
dirige-se ao pastor, como líder, ou à igreja que o recebe. Algumas sugestões
para os tópicos seriam:
- a importância, a
responsabilidade e a viabilidade prática do pastorado evangélico;
- as qualificações
bíblicas para o ministério;
- as responsabilidades da
igreja para com seu pastor;
- a vocação ministerial no
contexto bíblico e atual.
Estas mensagens serão de
grande estímulo para o pastor, os membros e os possíveis futuros obreiros do
Senhor.
Os cultos solenes por
ocasião do aniversário da igreja são excelentes oportunidades para desafiar a
igreja, lembrar os membros de sua missão no mundo e evangelizar as pessoas que,
de outra maneira, não entrariam num templo evangélico.
Cuidados especiais
precisam ser tomados no que diz respeito à mensagem principal. Não se deve
permitir que ela seja entregue após duas horas de culto de ação de graças,
quando todos já estiverem cansados. Recomenda-se também fazer mensagens curtas,
com uma duração máxima de 15 minutos.
A dedicação de um templo
novo, cheio de visitantes, representantes eclesiásticos, representantes de
bairros e autoridades municipais, é uma boa oportunidade para a pregação do
evangelho. O perigo de tal solenidade está num programa abarrotado de palavras
de saudações e inúmeras apresentações especiais. O formalismo jamais deve
substituir a proclamação das boas novas numa maneira construtiva e desafiadora.
A solenidade de dedicação
do templo em Jerusalém, relatada em 1 Reis 8, revela a importância da reunião
do povo num local para adorar o Deus verdadeiro, ali estabelecer Seu nome e
sentir Sua presença real (1 Rs 8.12-21). Além da pregação solene, a oração (1
Rs 8.22-53), a bênção (1 Rs 8.54-61) e os sacrifícios voluntários, como
expressão de gratidão (1 Rs 8.62-66), destacam-se como características
distintas da dedicação do templo. Todavia, é importante ressaltar que, na
dispensação da graça, o Senhor Jesus deseja que nossa vida se constitua em
santuário do Deus vivo (1 Co 3.16, 17; 6.19).
Os templos feitos de
tijolos e telhas têm uma função temporária, mas são testemunhas do poder de
Deus na transformação de vidas preciosas, as quais aceitaram a pregação do evangelho.
Na dedicação de um novo
templo, as mensagens devem salientar o plano de Deus para Sua igreja, o
testemunho da fidelidade de Deus e a missão evangelizadora da igreja, além de
levar a congregação a um compromisso firme de obediência diária a Cristo.
Recomenda-se apresentar mensagens curtas, que não passem de 15 minutos.
Numa solenidade de
consagração de crianças, que ocorre preferencialmente na escola dominical, o
comunicador do evangelho deve explicar, em poucas palavras, a origem, o
conceito, a bênção e a finalidade prática deste rito. Passagens bíblicas
específicas (Mt 19.13-15; Mc 10.13-16; Lc 2.22-24; 2.52; 18.15-17) são
recomendadas para uma exposição breve. A cerimônia não deve demorar mais de 12
minutos, por causa da fragilidade e dos imprevistos dos bebês.
A ênfase homilética nas
pregações batismais recai sobre seu significado bíblico e prático. Nenhum
batismo deve ser realizado sem que se esclareçam sua origem, sua função e o
testemunho bíblico a respeito dele. Uma sólida pregação doutrinária, baseada
num texto bíblico que se refira ao batismo de Cristo, à Sua ordem para batizar,
aos exemplos históricos do livro de Atos ou a uma das muitas referências nas
epístolas neotestamentárias, é de suma importância para o candidato ao batismo,
bem como para a igreja em geral e seu testemunho no mundo. Para um estudo
profundo sobre o batismo cristão, recomendamos a leitura da obra clássica de G.
R. Beasley-Murray, Baptism in the New Testament (Exeter: s. ed., 1962).
A solenidade de noivado é
diferente de cultura para cultura, mas normalmente é realizada no ambiente
familiar. O noivado é uma oportunidade para que o pastor ofereça instruções
matrimoniais aos noivos e dê um toque evangelístico aos familiares que ainda
não conhecem a Cristo. Se os noivos desejam um culto, este deve ser bem alegre,
festivo e breve, mas com algumas referências bíblicas sólidas quanto ao
compromisso cristão no namoro e no noivado. Cuidado para que o culto de noivado
não se torne um substituto do culto matrimonial.
A preparação homilética
para o casamento é dupla. O ministro deve preparar a ordem da cerimônia de
casamento, que é composta de: entrada solene, música, oração invocatória,
mensagem nupcial, troca de alianças, votos, bênção matrimonial, avisos e oração
final. Após ter preparado detalhadamente a parte litúrgica e ter conversado com
os noivos quanto à sua ordem, o pastor investe na mensagem nupcial, que deve
ser especificamente preparada e dirigida ao casal. A mensagem nupcial possui um
teor ético e bíblico, mas não moralista. Ela aponta de maneira simples e
objetiva para a definição, a origem, a natureza, a função e a duração do
casamento no testemunho bíblico. Numa sociedade pluralista, permissiva e
materialista, vale a pena enfatizar que o casamento cristão é um pacto sagrado,
uma aliança solene, legal, pública, monogâmica e para toda a vida.
Nem todos os pastores
fazem uma pregação nupcial, restringindo-se à cerimônia litúrgica. Encorajamos
os pregadores do evangelho a usarem os casamentos como plataforma de instrução
bíblica, apresentando uma pregação nupcial de cerca de 15 minutos para apoiar a
relevância e a inviolabilidade da lei moral de Deus.
A pregação do evangelho em
cultos fúnebres é bastante variável. Algumas famílias desejam um culto fúnebre
em casa; outras, na igreja ou no cemitério. Para alguns, o culto fúnebre é
memorial; para outros, é um culto de ação de graças. Em casos extremos, o culto
fúnebre pode ser restrito aos membros da família. De qualquer forma, o pastor
dialoga com os familiares envolvidos e procura um caminho aceitável para todos.
As mensagens fúnebres podem ser uma corrente de versículos bíblicos, uma
mensagem preparada com alguns pontos, uma mera meditação de caráter pessoal ou
leituras bíblicas com poucas explicações pastorais.
O pastor oficiante não
pode limitar sua mensagem somente à sepultura, mas tem a missão de pregar a
vitória sobre a morte o evangelho da ressurreição e referir-se à esperança
bendita dos fiéis (1 Co 15.1-58). Paulo enfatizou: "Onde está, ó morte, a
tua vitória? onde está, ó morte, o teu aguilhão? O aguilhão da morte é o
pecado, e a força do pecado é a lei. Graças a Deus que nos dá a vitória por
intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo. Portanto, meus amados irmãos, sede
firmes, inabaláveis, e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no
Senhor, o vosso trabalho não é vão" (1 Co 15.55-58).
Que o Santo Espirito do Senhor, ilumine
o nosso entendimento
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