História Do Cristianismo -
Teologia 32.162
HONÓRIO III E O REI LUÍS
No espaço de cinco anos depois
deste acontecimento quase todos os principais promotores destas terríveis perseguições
tinham morrido. Inocêncio morreu, e sucedendo-lhe Honório III, homem de menos
inteligência, mas igualmente cruel, que continuou as perseguições. O filho de
De Montfort sucedera a seu pai, e cruzou a espada com o jovem Raimundo, cujo
pai também já tinha morrido. Pela morte do rei da França, Filipe Augusto,
sucedera-lhe seu filho Luís, o qual entrou de boa vontade na luta, mas a favor
de Roma. Em 1228, Tolosa caiu outra vez nas mãos dos cruzados. Raimundo foi
tratado pouco mais ou menos como tinha sido seu pai, com a diferença de que, em
vez de entregar sete dos seus castelos ao papa, teve de entregar sete das suas
províncias ao rei da França. Deste modo Roma estava realmente prejudicando os
seus próprios fins, aumentando o poder de um monarca que podia, de um momento
para outro, tornar-se um inimigo terrível e incômodo.
Um escritor moderno diz o
seguinte a respeito das calamidades de Languedoc: "Para todo homem de fé,
para todos os que pensam, especialmente para aqueles que estudam a história
debaixo do ponto de vista das Escrituras, as guerras de Languedoc são as mais
sugestivas possíveis. São as primeiras desta espécie que aparecem nos anais da
história. Estava reservado a Inocêncio III inaugurar a guerra sobre novo
caráter. Tinha havido até ali muitos exemplares de vários indivíduos serem
sacrificados aos preceitos do clero, tal como Arnaldo de Brescia etc, mas esta
foi a primeira grande experiência que a igreja fez para conservar a sua
supremacia pela força de armas".
É preciso notar, porém, que não
foi o exército da igreja avançando com um zelo santo contra os pagãos,
os maometanos, os que negavam a Cristo, mas sim a própria igreja professa
em armas contra os verdadeiros adeptos de Cristo; contra aqueles que
reconheciam a sua divindade e a autoridade da Palavra de Deus. E perguntamos
nós:
Qual era o crime dos
albigenses? A sua principal ofensa era negarem a supremacia do papa, a
autoridade do clero, e os sete sacramentos como eram ensinados pela igreja de
Roma; e, aos olhos da igreja, não podia haver maiores criminosos em toda a
face da terra; portanto uma exterminação absoluta era o decreto invariável.
Falta-nos agora relatar que, segundo nos parece, durante os primeiros cinqüenta
anos daquele século, nada menos de um milhão de albigenses perderam a vida.
Que o Santo Espirito do Senhor, ilumine
o nosso entendimento
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