História Do Cristianismo -
Teologia 32.71
O COMEÇO DO MONASTICISMO
Foi desta confusão e
manifestação de decadência por toda a parte que nasceu o monasticismo. Foi
Antônio, natural de Roma, que teve a duvidosa honra de ser o primeiro monge.
Tinham já existido antes dele, mas foi ele o primeiro que adotou a vida de
claustro, retirando-se completamente do mundo. Diz-se que foi levado a dar
este passo, quando ainda era muito novo, por ter ouvido estas palavras do
Salvador: "Vende tudo quanto tens, reparte-o pelos pobres, e terás um
tesouro no Céu". Pouco depois dispôs de todos os seus bens, e
retirou-se para um túmulo, onde permaneceu dez anos. Tornou-se notável pela sua
piedade e ascetismo, e muita gente de todas as classes recorria a ele. Depois,
foi para um castelo em ruínas, próximo ao mar Vermelho, onde se conservou
durante vinte anos.
Um historiador antigo diz que
"o seu sustento era apenas pão e sal. Só bebia água; e a hora da sua
refeição era ao pôr do sol. Além disso jejuava muitas vezes dois dias seguidos
e mais. Conservava-se vigilante noites inteiras, pode-se dizer, e ficava
absorto em oração até o dia clarear. Mas se por acaso era surpreendido pelo
sono, dormia um curto instante só em uma esteira, ou a maior parte das vezes no
chão, fazendo travesseiro do mesmo chão; além disso era muito amável, humano,
discreto, corajoso e agradável para com todos que encontrava, e inofensivo para
aqueles com quem disputava". Não há dúvida de que Antônio foi um
verdadeiro cristão, e quando rebentou a perseguição no reinado de Máximo, ele
provou a sua dedicação para com o Senhor, saindo do seu desterro e partilhando
dos perigos com os seus irmãos; mas logo que a tempestade se apaziguou, tornou
a desaparecer, e procurou um novo abrigo em uma caverna num monte alto. A
última vez que apareceu foi no ano 352, quando a propagação do arianismo o fez
novamente abandonar o seu retiro. Tinha então cem anos de idade, e a notícia
da sua reaparição atraiu milhares de pessoas a Alexandria. A sua influência
era imensa, de maneira que o arianismo recebeu um grande golpe e, da sua visita
à cidade resultaram muitas conversões. Morreu no ano 356, na avançada idade de
cento e cinco anos.
O monasticismo espalhou-se,
devido à fama de Antônio, e antes de chegar o fim do século, em todas as
terras incultas do mundo cristão, havia mosteiros. Pachômio reuniu uma pequena
colônia de monges na ilha Tabene que se distinguiam dos outros pelas suas
túnicas de linho, e fatos pretos. Amom reuniu outra colônia maior no deserto
montanhoso de Nítria; e Macário outra nos vastos desertos de Secetis. Hilário
estabeleceu várias colônias na Síria; Sabás estabeleceu o célebre mosteiro de
Mar Sabe, na Palestina; e Basílio, de Capadócia, introduziu a profissão
ascética na Ásia Menor. Jerônimo, enquanto era secretário do bispo de Roma,
estabeleceu vários mosteiros no império ocidental; e S. Martinho abade bispo de
Tours, levou os seus trabalhos mais avante, fundando instituições da mesma
natureza na Gália.
Até o fim do VII século, estas
instituições, espalhadas por toda parte, estavam debaixo das ordens dos bispos;
e os monges, apesar da grande fama de que gozavam e de se estarem tornando
muito ricos, eram apenas considerados como leigos pela igreja. Leão I
proibiu-os expressamente de exercerem qualquer cargo sacerdotal, ou mesmo de serem
ensinadores do povo; ainda que, de outro lado, os mosteiros eram considerados
como escola para os que se dedicavam àquela carreira. Esta aparente
contradição pode-se explicar pelo fato de que os monges, que tinham sido ordenados,
deixavam imediatamente o convento para se meterem nas atribuições do clero
secular. Contudo, no fim do V século, apelaram para o papa e pediram licença
para se colocarem debaixo da sua proteção, o que ele satisfez prontamente,
considerando o fato da grande riqueza que eles possuíam e da sua grande
influência. Assim pois ficaram os mosteiros, abadias, e conventos de freiras
sujeitos a Sé de Roma.
Mas nem mesmo as rigorosas
penitências e os hábitos ascéticos foram suficientes em todos os casos; e quase
custa a acreditar as coisas absurdas que algumas das vítimas enganadas por
Satanás eram levadas a praticar. Por exemplo: Simão, monge da Síria, passando
de um degrau do fanatismo para outro, erigiu um pilar da altura de quase três
metros, e viveu sobre ele durante quatro anos. Sobre outro de quase seis metros
viveu três anos; sobre um terceiro de dez metros, esteve dez anos; e finalmente
passou os últimos vinte anos de sua vida sobre um quarto pilar de aproximadamente
dezoito metros de altura que o povo lhe edi-ficara.
E mesmo esta estupidez foi
imitada, porque depois da morte de Simão estabeleceu-se uma seita que fez
iguais construções para si, e gloriavam-se com o nome de "Homens do
pilar".
Que o Santo Espirito do Senhor, ilumine
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