História De Israel – Teologia 31.279
Vida de Flávio Josefo
Escrita por Ele mesmo Parte 3
cessou o tumulto, e voltei a Tariquéia. Os de Tiberíades não
se cansavam de admirar de como eu havia acalmado aquela revolta, sem
derramamento de sangue.
Depois que cheguei a Tariquéia, mandei meus prisioneiros
virem cear comigo, dentre os quais estavam Justo e Pisto, seu pai, e disse-lhes
que sabia, como eles, qual era o poder dos romanos; mas que o grande número de
facciosos impedia-me de manifestar meus sentimentos e aconselhava-os a
permanecer como eu, no silêncio, esperando um tempo melhor. No entanto, eles
deveriam se considerar mui felizes por ter-me por governador, pois nenhum outro
poderia tratá-los melhor. Lembrei a justo, a esse respeito, que antes da minha
vinda, os galileus tinham mandado cortar as mãos ao seu irmão, acusando-o de
ter escrito falsas cartas; que depois da partida de Filipe, os gamalitanos,
numa contestação que tiveram com os babilônios, tinham matado Cares, parente de
Filipe, ao passo que eu tinha feito sofrer um castigo muito leve a Jesus, seu
irmão, que tinha desposado a irmã de Justo. Depois disso, pus em liberdade a
Justo e a todos os seus.
Pouco antes, Filipe, filho de Jacim, tinha partido do
castelo de Gamala, pela razão que passo a expor: Logo que ele soube que Varo se
tinha revoltado contra o rei Agripa e que Equo Módio, que era muito seu amigo,
lhe fora dado como sucessor, escreveu a este último para avisá-lo do estado em
que se achava e rogar-lhe que entregasse ao rei e à rainha as cartas que lhes
escrevia. Módio soube com muita alegria o que Filipe lhe dizia, e mandou as
cartas ao soberano e à princesa. O rei soube então da falsidade do que se havia
dito, de Filipe se ter tornado chefe dos judeus, para fazer guerra aos romanos;
mandou buscá-lo com uma escolta de cavalaria e o recebeu muito bem. Mostrava-o
mesmo aos capi-tães romanos, dizendo-lhes: "Eis aquele que acusavam de se
ter revoltado contra vós." Mandou-o depois com a cavalaria ao castelo de
Gamala, para reunir todos os seus homens, restabelecer os babilônios em
Batanéia e consolidar a tranqüilidade pública; Filipe partiu com essas ordens.
No entanto, um certo José, que queria passar por médico, mas que era apenas um
charlatão, reuniu os mais ousados da juventude de Gamala e atraiu também para
si os maiorais da cidade; assim persuadiu o povo a sacudir o jugo do rei e a
tomar as armas para reconquistar a liberdade. Obrigou outros, contra a vontade,
a entrar no seu partido, mandando matar os que se recusavam, dentre os quais
estavam Cares Jesus, seu parente, e a irmã de Justo, que era de Tiberíades. Ele
me escreveu em seguida para me pedir auxílio e operários para construir as
muralhas da cidade, o que julguei conveniente conceder-lhe.
Nesse mesmo tempo, a parte da Galautida que se estende até a
aldeia de Solima revoltou-se também contra o rei. Mandei rodear de muros Sogan
e Selêucia, que são duas praças fortes e bem situadas, fortifiquei Jamnia,
Amerite e Charabe, três aldeias da alta Galiléia, embora com dificuldade, por
causa dos rochedos que lá existem, e dei ordem, principalmente, para fortificar
Tariquéia, Tiberíades e Séforis. Mandei também rodear de muralhas algumas
aldeias, como Bersobé, Seelamem, Jotapate, Cafarate, Comosgana, Nepafa, o monte
Itaburim, e a caverna dos arbelianos; ali mandei reunir grande quantidade de
trigo, e dei-lhes armas para se defenderem.
No entanto, João, filho de Levi, cuja raiva aumentava cada
vez mais, não podendo tolerar minha prosperidade, resolveu prejudicar-me a todo
custo. Assim, depois de ter feito cercar de muralhas Giscala, que era o lugar
do seu nascimento, mandou Simão, seu irmão, e Jônatas, filho de Sisena, acompanhado
por cem soldados, a Simão, filho de Gamaliel, para rogar-lhe que tudo fizesse
perante os de Jerusalém para revogar o poder que me tinha sido dado e que ele
fosse feito governador em meu lugar, com o consentimento unânime de todo o
povo. Simão, de Jerusalém, era de mui ilustre descendência, da seita dos
fariseus e, conseqüentemente, observante das nossas leis, homem muito sábio e
muito prudente, capaz de realizar grandes empreendimentos, antigo amigo de
João, e que, então, me odiava. Assim, levado pelos rogos insistentes de seus
amigos, ele disse aos sumos sacerdotes Anano e Jesus, filho de Gamala, e aos
outros que eram do seu partido, que era necessário tirar-me o governo da
Caliléia antes que eu fosse elevado a um poder maior e que não havia tempo a perder,
porque se eu viesse a saber de tudo, poderia atacar a cidade com um exército.
Anano respondeu-lhe que o que ele propunha não era fácil de
se executar, porque vários sacerdotes e alguns dos grandes do povo davam
testemunhos muito vantajosos a meu respeito e, assim, não era razoável acusar
um homem a quem nada se podia censurar. Simão rogou-lhe que, pelo menos,
conservassem as coisas em segredo e disse que ele se encarregava da sua
execução. Fez vir depois o irmão de João e o encarregou de lhe dizer, que, para
chegar ao fim do seu projeto, mandasse presentes a Anano. Este expediente deu
resultado; porque Anano e os outros deixaram-se subornar pelo dinheiro, e
resolveram tirar-me o governo, sem que ninguém mais de Jerusalém, a não ser os
do seu partido, viessem a sabê-lo. Para esse fim, mandaram quatro pessoas que,
embora de diversas famílias e descendências, eram sensatas e hábeis; a saber,
dentre o povo, Jônatas e Ananias, fariseus, e da casta sacerdotal, Gozor,
também fariseu, aos quais se uniu Simão, o mais jovem de todos, descendente dos
sumo sacerdotes . A ordem que deram foi de reunir os galileus e de lhes
perguntar de onde vinha aquele grande afeto que sentiam por mim: se eles
dissessem que era porque eu era de Jerusalém, eles lhes respondessem que todos
os quatro eram-no também; se eles dissessem que era porque eu era mui perito
nas leis, eles lhes respondessem que eles eram não menos instruídos do que eu;
e se dissessem que era porque eu era sacerdote, eles replicassem que dois
dentre eles eram-no também.
Jônatas e seus colegas partiram com essas instruções e com
quarenta mil moedas de prata, que lhes foram dadas do tesouro público. Um certo
Jesus, da Galiléia, nesse mesmo tempo veio a Jerusalém, com seiscentos homens,
que ele comandava; pagaram-no por três meses e a todos seus soldados e os
induziram a segui-los, para fazer tudo o que eles lhes mandassem; uniram-se
ainda a eles, trezentos habitantes de Jerusalém, aos quais pagaram também.
Assim partiram, levando com eles a Simão, irmão de João e os cem soldados que
haviam trazido. Tinham além disso uma ordem secreta de me levar a Jerusalém, se
eu deixasse de boa mente as armas, e de matar-me, se eu oferecesse resistência,
sem temor de serem castigados, pois faziam-no em virtude do seu poder. Tinham
também cartas dirigidas a João, exortando-o a fazer-me guerra e outras, aos
habitantes de Séforis, de Gabara e de Tiberíades, para induzi-los a lhe dar
auxílio. Jesus, filho de Gamala, que tivera parte em todos esses conselhos, e
que era muito meu amigo, avisou a meu pai, que me escreveu longamente. A inveja
de meus concidadãos tinha, por uma tão grande ingratidão, conspirado contra mim
e deliberado matar-me, mas eu estava ainda mais aflito pela insistência com que
meu pai pedia que fosse vê-lo, a fim de lhe dar, antes de morrer, a consolação
de me abraçar ainda.
Comuniquei todas essas coisas a meus amigos e disse-lhes que
estava resolvido a partir dentro de três dias. Rogaram-me com lágrimas, a não
expô-los, por meu afastamento, a uma ruína inevitável. Mas não podia
resolver-me a atendê-los, porque eu mesmo estava ainda mais aflito do que eles.
Nesse mesmo tempo os galileus, temendo que minha ausência os expusesse à
violência daqueles desordeiros, que devastavam continuamente os campos,
comunicaram a toda a Galiléia a intenção que eu tinha de ir embora.
Imediatamente eles vieram, de todos os lados, procurar-me na aldeia de Azoquim,
no Campo Grande, com suas mulheres e filhos, não tanto, segundo minha opinião,
pelo afeto que me tinham, mas pelo seu próprio interesse, porque julgavam nada
ter a temer enquanto eu estivesse com eles.
Tive então durante a noite um sonho esquisito. Adormeci com
grande tristeza no coração, por causa das cartas recebidas; parecia-me ver um
homem que me dizia: "Consolai-vos e não temais; a tristeza em que vos
encontrais será causa da vossa felicidade e de vossa elevação e não somente
saireis com vantagem deste perigo, mas também de vários outros. Não vos
deixeis, pois, abater. Coragem! Lembrai-vos do aviso que vos dou, de que vos
será necessário fazer a guerra que vos dou, de que vos será necessário fazer a
guerra aos romanos". Levantei-me em seguida, para sair do meu aposento;
mas aquela multidão de galileus, homens, mulheres e crianças, apenas me viram,
lançou-se de rosto por terra, ro-gando-me com lágrimas nos olhos, que não os
abandonasse e não deixasse seu país à mercê dos inimigos; como eles viam que eu
não me deixava comover por seus rogos, faziam mil imprecações contra os de
Jerusalém, os quais não podiam tolerar que eles vivessem em paz sob meu
governo. Tão grande aflição de todo o povo tocou-me o coração. Julguei que não
havia perigo ao qual não me devesse expor, para sua salvação; e assim,
prometi-lhes ficar. Mandei que escolhessem cinco mil homens com armas e
munições de boca para me seguirem e despedi todos os outros. Marchei com esses
cinco mil homens, três mil soldados, que eu já tinha e oitenta cavaleiros para
uma aldeia na fronteira de Ptolemaida, de nome Chabolom, para enfrentar a
Plácido, que Céstio Galo tinha mandado com infantaria e uma companhia de
cavalaria para incendiar as aldeias dos galileus, que estão nos arredores de
Ptolemaida. Ele acampou e fortificou-se perto da cidade e eu fiz a mesma coisa
a sessenta estádios de Chabolom. Assim, estando muito próximos uns dos outros,
saíamos freqüentemente de nossas fortificações, como para travar combate, mas
aconteciam apenas ligeiras escaramuças, porque quanto mais Plácido via que eu
desejava travar batalha, mais ele temia empreender uma grande luta e não quis
afastar-se de Ptolemaida.
Estando as coisas nesse pé, Jônatas e seus colegas chegaram
à província; como não ousavam atacar-me abertamente, procuraram surpreender-me
e para isso escreveram uma carta cujas palavras eram estas:
"Jônatas e seus colegas, enviados pelos de Jerusalém, a
Josefo, saudação. Os mais da cidade de Jerusalém, tendo sabido que João, de
Giscala, vos armou diversas ciladas, mandaram-nos para fazer-lhe severas
recriminações e ordenar-lhe que obedeça exatamente, para o futuro, em tudo o
que lhe determinardes mas, porque nós desejamos conversar convosco, para prover
com a vossa opinião, a todas as coisas, nós vos rogamos vir prontamente ter
conosco, sem grande acom-panhamento, porque esta aldeia é muito pequena para
alojar um grande número de soldados."
Esta carta fazia-os esperar que, se eu os fosse encontrar,
desarmado, eles poderiam sem dificuldade prender-me, ou, se eu fosse com
soldados, far-me-iam declarar rebelde. Um jovem cavaleiro, muito corajoso e que
outrora tinha servido ao rei, foi encarregado de trazer esta carta; chegou na
segunda hora da noite, quando eu estava à mesa com meus amigos mais íntimos e
os mais ilustres dos galileus. Um dos meus homens veio dizer-me que um
cavaleiro judeu tinha chegado e eu ordenei que o fizesse entrar. Ele não
cumprimentou a ninguém e disse somente, entregando-me a carta: "Eis o que
vos escrevem os enviados de Jerusa-lém; dai-lhes a resposta com urgência, pois
eu tenho de voltar imediatamente." Os que estavam à mesa comigo admiraram
a insolência do soldado, mas eu roguei-lhe que se sentasse e ceasse conosco.
Ele recusou-o. Então, tendo sempre a carta na mão, sem abri-la, continuei a
conversar com meus amigos sobre diversas coisas. Algum tempo depois, dei-lhes a
boa noite, conservando somente quatro dos que mais mereciam minha confiança, e
mandei que trouxessem vinho. Sem que ninguém percebesse, abri a carta; tendo
visto o que ela continha, tornei a dobrá-la, conservando-a sempre na mão, como
se não a tivesse aberto. Ordenei em seguida que dessem àquele soldado vinte
dracmas para as despesas de sua viagem. Ele as recebeu e agradeceu. Isso fez-me
ver que ele gostava de dinheiro e que assim não me seria difícil suborná-lo;
então, eu lhe disse: "Se quer beber conosco, dar-lhe-ei uma dracma, cada
copo de vinho que beber." Ele aceitou a condição e bebeu tanto, para
ganhar muito, que ficou embriagado. Não lhe sendo mais possível guardar
segredo, não foi preciso interrogá-lo para fazê-lo afirmar que me haviam armado
ciladas e que eu tinha sido condenado a morrer. Estando assim informado do
projeto daqueles que o haviam mandado, eu lhes respondi deste modo:
"Josefo, a Jônatas e aos seus colegas, saudação. Tenho
tanto mais alegria em saber que chegastes bem à Galiléia, quanto me é assim
fácil entregar em vossas mãos o cuidado dos interesses desta província e
satisfazer ao desejo que sinto, há muito tempo, de voltar a Jerusalém. Assim,
iria procurar-vos em Xalom e muito mais longe, quando mesmo não me tivésseis
convidado para isso. Mas, haveis de me perdoar se não posso fazê-lo agora,
porque sou obrigado a ficar em Chabolom, para vigiar Plácido e impedir que ele
faça uma incursão na Galiléia. É, portanto, muito mais conveniente que venhais
aqui depois de terdes recebido minha resposta, como vos peço."
Entreguei esta carta ao soldado e mandei com ele trinta
pessoas, das mais importantes da Galiléia, com ordem de saudar somente os
enviados, sem lhes falar de assunto algum; dei a cada um, para acompanhá-los,
um dos meus soldados nos quais mais eu confiava, aos quais ordenei que observassem
cuidadosamente, se aqueles gentis-homens galileus falariam com jônatas. Os
enviados de Jerusalém, vendo-se assim ludibriados na sua expectativa,
escreveram-me outra carta, cujas palavras são estas:
"Jônatas e seus colegas a Josefo, saudação. Ordenamos-vos
que venhais dentro de três dias encontrar-vos conosco em Gabara, sem
acompanhamento de soldados, a fim de que tomemos conhecimento dos crimes de que
acusastes a João."
Depois de ter recebido os gentis-homens galileus e de ter-me
escrito aquela carta, eles vieram a Jafa, a maior aldeia do país, melhor
rodeada de muralhas e muito populosa. Todos os habitantes compareceram à sua
presença, com as mulheres e filhos, pedindo que se retirassem, sem invejar a
felicidade de que gozavam, por ter um governador tão bom e honesto. Jônatas e
seus colegas, embora muito irritados com essas palavras, não ousaram
manifestá-lo, nem lhes responderam. Dirigiram-se a outras aldeias, onde foram
recebidos do mesmo modo; todos clamavam que queriam a Josefo, como governador.
Assim, nada podendo fazer, foram a Séforis. Seus habitantes são amigos dos
romanos, e contentaram-se em comparecer à sua presença, mas não falaram de mim
de modo algum. De lá passaram a Azoquim, onde foram recebidos como em jafa e,
então, não podendo mais conter a cólera, ordenaram aos soldados que os
acompanhavam que fizessem aquela gente calar-se e os dispersassem a cacetadas.
Prosseguiram para Gabara, onde João veio encontrá-los, com três mil soldados.
Como eu havia sabido pelas cartas, que eles estavam resolvidos a me matar,
tomei três mil dos meus soldados, deixei o restante no acampamento, sob o
comando de um de meus amigos, no qual depositava inteira confiança, e fui para
Jotapate, para ficar perto deles, pois de lá dista apenas quarenta estádios.
Escrevi então aos enviados desta maneira:
"Se quereis absolutamente que eu vá ter convosco, há na
Galiléia duzentas e quatro aldeias ou vilas; eu irei à qualquer uma delas, como
vos aprouver, exceto Gabara e Giscala, pois uma é a terra de João e a outra tem
uma ligação muito particular com ele." Jônatas e seus colegas não me
escreveram mais, depois de ter recebido esta carta, mas reuniram-se em conselho
com os amigos de João, para deliberar sobre os meios de me atacar. João propôs
escrever a todas as cidades, aldeias e vilas da Galiléia, dizendo que, em cada
uma delas se encontravam pelo menos duas pessoas que não me estimavam; que as
fariam comparecer à sua presença, para depor contra mim; que se faria um
documento com suas declarações para provaros galileus me haviam declarado
inimigo e se enviaria esse documento a Jerusalém, para lá ser confirmado; isso
causaria temor aos galileus, que me estimavam e os levaria a me abandonar. Essa
proposta foi logo aprovada e mais ou menos pela terceira hora da noite, Sacheu
veio trazer-me essa notícia.
Vendo então que não havia tempo a perder, ordenei a Jacó,
que me era mui fiel, que tomasse duzentos homens e os colocasse nas estradas
que vão de Gabara à Galiléia, para deter todos os viandantes e mandá-los a mim,
principalmente os que fossem encontrados com cartas. Depois ordenei aos
galileus, que no dia seguinte se encontrassem armados em Gabara, com víveres
para três dias; separei em quatro grupos os soldados que restavam, dando-lhes
como comandantes os meus oficiais nos quais tinha absoluta confiança,
proibindo-lhes receber entre eles qualquer soldado desconhecido. No dia
seguinte, quando cheguei a Gabara, pela quinta hora do dia, encontrei os campos
cheios de galileus armados, que vinham em meu auxílio e com eles uma grande
quantidade de camponeses. Comecei a falar-lhes e eles aclamaram a uma voz que
eu era seu benfeitor e o salvador de seu país. Agradeci-lhes o afeto e
exortei-os a não fazer mal a ninguém; e a se contentar com os víveres que
tinham trazido sem nada tirar das aldeias, porque eu desejava acalmar aquela
sedição, sem derramamento de sangue e sem violência.
Naquele mesmo dia, os que levavam a Jerusalém as cartas de
Jônatas caíram nas mãos dos homens que eu havia colocado nas estradas.
Fizeram-nos prisioneiros, mandaram-me as cartas que encontrei cheias de
calúnias e de injúrias contra mim. Dissimulei, não falei com ninguém, mas
resolvi ir diretamente a eles. Logo que souberam que eu me aproximava,
retiraram-se, e João com eles, para a casa de Jesus, que era uma torre grande e
forte, pouco diferente de uma fortaleza. Lá ocultaram uma companhia de
soldados, fecharam todas as portas, exceto uma e aguardaram-me, na esperança de
que eu os iria saudar. Haviam ordenado aos seus soldados que me deixassem
entrar, a mim, sozinho, e afastassem a todos os outros, julgando que assim
ser-lhes-ia fácil prender-me. Mas essa traição não deu resultado, porque eu me
conservava sempre de sobreaviso e por isso entrei numa casa perto da deles e
fingi ter necessidade de descansar. Eles julgaram que eu estava adormecido na
verdade e saíram para induzir minhas tropas a me aban-donar alegando que
desempenhara muito mal o meu cargo. No entanto, aconteceu justamente o
contrário. Apenas os galileus os viram, começaram a dar logo demonstrações do
afeto que nutriam por mim e censuraram-nos, porque, sem que eu lhes tivesse
dado o mínimo motivo, vinham perturbar a tranqüilidade da província; a isso
acrescentaram que eles podiam regressar, pois não receberiam outro governador.
Isso me foi referido e eu aproximei-me para ouvir o que Jônatas dizia. Todo o
povo recebeu-me com aclamações de alegria e com agradecimentos por tê-los
governado com tanta justiça e bondade. Jônatas e os colegas, ouvindo-os falar
daquele modo, perceberam não ter a vida muito segura e pensaram em fugir. Mas
isso não estava mais em seu poder. Eu lhes disse que ficas-sem e eles estavam
tão assustados, que pareciam fora de si.
Depois de ter imposto silêncio a todo aquele povo, ordenei
aos meus soldados, de mais confiança, que vigiassem as estradas e determinei
que todos os outros se conservassem armados, para impedir qualquer surpresa de
João ou de nossos outros inimigos. Comecei por falar-lhes da primeira carta que
aqueles enviados me tinham escrito, pela qual me diziam que eram mandados de
Jerusalém para solucionar as divergências entre João e mim e me rogavam que os
fosse procurar. Para que ninguém pudesse duvidar, apresentei a carta e
acrescentei, dirigindo minha palavra a Jônatas: "Se, achando-me obrigado a
me justificar diante de vós e de vossos colegas, das acusações de João contra
mim, eu tivesse trazido duas ou três testemunhas honestas, que prestassem fé à
sinceridade de minhas ações, não é verdade que vós não poderíeis não me
absolver? Mas agora, para dizer-vos de que modo tenho procedido
Que o Santo Espirito do Senhor, ilumine
o nosso entendimento
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